Certo dia trafegando por esta bela cidade ,presenciei uma cena incomum ao nosso dia-a-dia áspero.Um ligeiro vento da manhã tocava suavemente meu rosto através da janela do ônibus esperando o sinal verde.Friozinho gostoso que eu aproveitava com alento,já que em nossa região este friozinho é tão raro quanto à fraternidade entre as pessoas. Repentinamente , de um jardim longo e multicor,desprendeu-se uma linda papoula vermelha que caiu aos pés de um senhor de meia idade que passava conduzindo pães para o café. Revoltante foi a minha surpresa ao vê-lo chutar a indefesa flor. Pensei dele um sujeito tosco.Se a papoula viesse a mim teria tido toda a minha cortesia de acolhimento.Mas repentinamente Deus me mostrou o contrário. O homem voltou e ergueu a flor caída ao chão,cheirou demoradamente querendo sugar-lhe toda essência e levou-a consigo.
Então começaram meus devaneios.
Imaginei o senhor com a flor na mão chegando a casa e oferecendo-a a esposa que, segundo devoção dela,colocaria aos pés da santa de sua grande fé. A esposa, enrugada mulher de alma calejada pelo sofrimento,diria";Prá que quero esta flor?"A santa olha decepcionada. O marido ,executor deste ato de comunhão,imobilizou-se com a flor na mão,enquanto a esposa arrancava-lhe os pães. De repente uns lindos olhinhos verdes entram em cena contemplando afetuosamente o senhor:" VÔ que flor linda O senhor trouxe pra mim,foi?"Perguntou a criança de belos cabelos castanho. O avô sorriu para neta e, olhando para esposa,respondeu:"Foi.Foi para você que eu trouxe esta linda papoula"A menina com a papoula dentro dos cabelos encaracolados correu para frente do espelho.
As vezes um pequeno gesto, um puro sorriso de uma criança nos faz sentir a presença de Deus.
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