domingo, 1 de julho de 2012

O janelão de Dona Beta

 Havia um janelão florido naquela rua... era um janelão colorido com florzinhas chamadas Terezinha. Não sei se em homenagem a sua filha mais velha ou porque simplesmente achava bonita.. Ninguem sabe ,mas imagina-se,já que só tinha aquela qualidade de flor. . As cores eram variadas, bonina, amarela, ,rosa,mescladas. Lindas  demais ...pois a dona cuidava das mesmas com o mesmo amor que se cuida de um canteiro de rosas  perfumadas. O canteiro dela tinha o perfume do amor pela natureza.Era bonito ?era sim...mas nós e nossa turma costumávamos nos enconstar e danificar o canteiro. Ela não era enjoada mas dizia que pra nossa comodidade ía fechar com cimento e plantar suas flores  no quintal. O quintal dela diga-se de passagem era um encanto.Quem não lembra da janela de Dona Beta? Mulheres que na época eram meninas-moça; Tete, Edilza, Milta, Socorro,e euzinha Rita de Bivar.Os marmanjos; Edilson, Evandro, Guíta(LUIS de Iraídes), Guguda que hoje é formado e usa o seu nome real,Roberio,Bilunga (BIVAR) etc.Tinha também frequentes visitas de Pancho(Osvaldo), Ronaldo e por aí vai...A calçada era uma alegria só. Os que sentavam no finado canteiro eram os homens. Nós mulheres sentávamos numa calçada alta ao lado .(Casa da Censor)A rua da escadinha era assim:uma sequencia de calçadas como degraus. Eu particularmente adorava aquela vista.Aquela coisa desalinhada mas com muita identidade me enchia de orgulho de morar tão perto de tudo,principalmente dos meus amigos.Bons tempos... A turma do canteiro cantava Chico, cantava Roberto, Renato ,Roupa nova.Não podia faltar Wanderleia que era paixão do Bilunga.Tinha a turma da piada,das gracinhas e anedotas.Só não tinha a vida alheia ,pois João Bivar ensinou bem cedo que não devemos nos preocupar e nem falar da vida dos outros.Era só brincadeira.Horas de vagabundagem como falavam nossas mães.Lembrei de escrever isto porque ao encontrar amigas do passado que ainda hoje se fazem presentes em minha vida resolvi registrar a  época da inocencia. Nossas mentes estavam voltadas para o saudável. Não éramos santos ,mas éramos puros. Puros de coração. Disto nossos pais se orgulhavam. Viva aquela época. Viva a juventude no interior...

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